sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Viva com o “coração”



A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz cor, que significa coração, portanto ser corajoso significa viver com o coração.
E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologias, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas fechadas, eles se escondem.
O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser.
Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido.
O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.
Coragem significa enfrentar o desconhecido, apesar de todos os medos. Coragem não significa a ausência de medo. A ausência de medo acontece se você passa a ser cada vez mais corajoso. Essa é a experiência máxima da coragem – ausência de medo! É esse o sabor quando a coragem tornou-se absoluta. Mas, de início, não há muita diferença entre o covarde e o corajoso. A única diferença é que o covarde dá ouvidos aos seus medos e os segue, enquanto o corajoso os põe de lado e segue em frente. O corajoso enfrenta o desconhecido, apesar de todos os seus medos. Ele conhece os medos, eles estão ali.
Enfrentar o desconhecido dá a você certa excitação. O coração começa a pulsar novamente, volta a se sentir vivo, totalmente vivo. Cada fibra do seu ser está vibrando porque você aceitou o desafio do desconhecido. Aceitar o desafio do desconhecido, apesar de todos os medos, é coragem. Os medos estão ali, mas se você aceita o desafio várias vezes seguidas, devagarzinho os medos desaparecem.
A experiência de alegria que o desconhecido traz, o grande êxtase que começa a acontecer com o desconhecido torna você forte o bastante, lhe dá certa interatividade, aguça sua inteligência.
Basicamente coragem é por em risco o conhecido em favor do desconhecido, o familiar em favor do estranho, o confortável em favor do desconfortável – árdua peregrinação rumo a algum destino desconhecido. Nunca se sabe se você será capaz de fazer isso ou não. É um jogo arriscado, mas só os jogadores sabem que é a vida.
Sergio Martins

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