sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma história que elevou a vida ao topo do valor


Havia um pastor que tinha cem ovelhas num deserto. Ele cuidava delas carinhosamente. Conhecia as características de cada uma. Todos os dias ele as chamava pelo nome e as contava. Certo dia, algo inesperado aconteceu. As contas não fecharam, faltou uma. Ele contou apenas noventa e nove. Então, começou a ficar desesperado com inúmeras perguntas: Onde estará minha outra ovelha? O que ela estará fazendo? Será que está faminta? Será que algum lobo a devorou?
Atormentado, não conseguia dormir. As noventa e nove faziam companhia para o pastor, procuravam dele se aproximar, mas nada aliviava sua angústia. Então, pensou: Vou atrás da que se perdeu. Deixou as noventa e nove nas mãos de seus amigos e, apressado, foi atrás da que se perdeu. Desprezou o imenso deserto e os perigos inerentes. Quando o amor é grande o mundo fica pequeno para encontramos quem amamos.
Saiu a ermo, sem rumo, mas cheio de esperança. Olhava atento para todos os lados, mas sua ovelha estava muito longe. O sol queimava seu rosto e as dunas de areia tornavam-se carrascos dos seus pés; a noite, o frio do deserto agredia seu corpo desprotegido. Passou vales e montanhas e não a encontrava. Mas ele não desistia.
A fome triturava as entranhas do seu ser e a sede rachava seus lábios. Contudo, em nenhum momento pensou em recuar.
Estava profundamente fatigado. Arrastava os pés no chão. Gritava continuamente por sua ovelha, mas ela não o ouvia. Lembrava-se dos gestos dela e chorava sem lágrimas. Os olhos secos e ofuscados quase não enxergavam. Enquanto caminhava não admitia a ideia de que ela tivesse morrido de sede, fome ou devorada. Se não ver seu pequeno corpo morto na areia, não retornarei, pensava.
Depois de tanto procurar, ergueu mais uma vez seus olhos e, de repente, viu um ponto diferente no horizonte. É ela! Pressentiu. Abatido, reuniu forças para apressar seus passos. Gritou de longe para ela e correu em sua direção. Mais uma vez na terra da fadiga, a esperança floresceu.
Chegando perto, confirmou que era ela. Viu-a triste, sedenta, faminta, à beira da morte. Ajoelhou-se, deu-lhe toda a água que tinha e a pequena porção de pão que sobrara. Abraçou-a delicadamente, afagou sua lã desbotada. A ovelha olhava para o pastor sem entender a dimensão do seu afeto.
Ela não tinha força para caminhar então o pastor, embora cansadíssimo, tomou-a nos braços e acomodou-a nos seus ombros, A ovelha ia dar alguns gemidos de agradecimentos, mas ele colocou a mão sobre sua boa e a silenciou. Queria que ela poupasse a pouca energia que lhe restava.
Sem água, seus lábios racharam ainda mais e sangraram, mas parecia esquecer-se de si mesmo. Ele arrastava seus pés na areia, mas estava alegre.
Sua pequena e frágil ovelha reanimou sua alma. Era de se esperar que ele retornasse para sua casa e procurasse descanso. Não, ele foi até a aldeia. Com júbilo incontido e surpreendente, chamou seus amigos e parentes para se alegrarem com ele. Queria que todos vissem que ele tinha achado a sua ovelha perdida. Fez uma festa enorme, um desperdício absurdo e incompreensível para quem não conhece a linguagem do amor. Nunca se viu uma festa tão grande por ter-se achado uma ovelha aparentemente tão desprezível.
Reanime sua alma. Seja o Pastor da sua própria vida, corra atrás dos seus sonhos pois, quando o amor é grande o mundo fica pequeno para encontrarmos quem amamos.
    

                               Sergio Martins 

Um comentário:

  1. Olá...
    Andei um pouco sumida, mas estou de volta.
    Passei pra saber como vc está ?

    Adorei o post de hoje !!

    até breve !!

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