Há algum tempo, ouvi uma história interessante. “Uma florzinha branca e mimosa floresceu à beira de uma estrada. Por este caminho passava muitas pessoas. Algumas sem querer vê-la. Uma mulher, ao defrontar-se com ela disse: ‘Veja uma flor à beira da estrada! Ela é medicinal, muito boa para as dores. É bom saber que, aqui tem, quando precisar virei buscar’. Um poeta que contava as alegrias e tristezas, as belezas do mundo, também passou pela estrada, ao ver a flor parou e exclamou comovido: ‘Que linda flor! É digna de enfeitar os mais lindos cabelos de uma mulher apaixonada! Mas, infelizmente, no momento não estou amando senão levaria para enfeitar minha amada!’ Em seguida passou pela estrada uma jovem que, ao ver a delicada flor, parou para admirá-la. ‘Que florzinha mais encan tadora! Que perfeição nos seus contornos! Como é bonito ver uma linda flor a enfeitar uma estrada, suavizando a visão talvez tão cansada e preocupada dos que passam por aqui’. Com um gesto meigo beijou a flor e segui caminho. Passou por ali também um materialista que ao ver a flor, falou revoltado e furioso: ‘Flor imbecil, porque veio florir nesta estrada poeirenta? Seu branco não combina com a sujeira do lugar. É uma inútil’. Chutou-a e foi embora. Um senhor que o tempo havia branqueado os cabelos, ao ver a flor ali solitária à beira da estrada exclamou: ‘Como a obra de Deus é perfeita! Como o Senhor do Universo é bondoso conosco nos dando belezas na natureza para nos alegrar. Que bendita a florzinha branca! Obrigado por você existir e nos alegrar!’. Sabiamente continuou seu caminho. E a singela flor continuou sendo a mesma para todos. Só que conforme a compreensão, o interesse, o estado de espírito, viam-na de maneiras diversas”.
Se falarmos a respeito disso com um Mestre Espiritual, ele nos dirá que o belo ou o feio que possamos vir a ver é conseqüência de nossa escolha pessoal. A vida não fez discriminação entre suas manifestações. O bem e o mal estão restritos do âmbito hominal, assim como o belo e o feio.
É muito importante que possamos aprender a ver as coisas como são e não como queremos que seja.
Fonte: Sergio Martins Cidade: Mirandópolis
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